quinta-feira, 19 de março de 2015

OS OLHOS …
Expeditos como aves em fuga de perigos
Desviados quando optam por evitar confrontos
Fechados por mil razões que a vida lhes oferece
Os olhos são o farol para quem navega à vista
Eles são a mais eficaz máquina fotográfica concebida
O mais belicista observador do perímetro traçado
Com os olhos vês, em simultâneo, o mar e o navio
Vês as troças e as emoções que à tua volta germinam
Vês o morto e o vivo num curto ângulo de acção
Sentes a lágrima e o sorriso que contrastam em uníssono
Com os olhos aqueces as mágoas como cobertor em corpo siderado
Lideras audiências numa vida repleta de programas
Matas por reprovação quem ouse contrariar a tua razão
Um simples piscar pode afugentar raposas que observam o rebanho
Com os olhos determinas o teu estado de ansiedade
Emites sinais de como o teu corpo se sente febril
Marcas a graduação do teu cansaço
Com os meus olhos, eu sei quando os teus olhos pereceram.
ÂNGELO GOMES – 19/3/2015

4 comentários:

Élys disse...

Um texto muito bonito. Os olhos tudo nos transmitem. Suas lágrimas demonstram tudo que vai em uma alma.
Beijos.
Élys.

Cidália Ferreira disse...

Que poema soberbo!

Beijinhos

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Elvira Carvalho disse...

Os olhos vêem e mostram tudo.
Um abraço

Gumer Paz disse...

Belo poema. Embora eu tenha uma tradução automática, eu gostei muito e eu reconheci a essência.
Um beijo Irene e você tem um bom fim de semana :)