segunda-feira, 31 de julho de 2017

Momentos que não deveriam acontecer

foto do momento em que era fuzillado o poeta
Federico Garcia Lorca em 1936(Espanha),enquanto
declamava o poema:
Às cinco de la tarde
(de João Pessoa)

sábado, 29 de julho de 2017

de Natália Canais Nuno

conversa a sós...
ando nas dobras do verão
mais perdida que achada
estranha à própria ilusão...
em longes me vejo parada.

não sei nada da realidade
nem sei onde ela se situa
mas o que sei de verdade
é desta viagem minha e tua.
houve muito, ainda há tanto
talvez tudo, ou quase nada!
criei força renovei o encanto
à vida onde ando embarcada
ameaço tempo que ameaça
enfim me encontrei comigo
ao certo? sei que ele passa!
assim, o tenho por inimigo.
nem o tempo, nem espelho
vão dizer de mim ou de ti...
pode o tempo até ser velho!
mas com ele tudo aprendi
assim enfrento meus dias
assim de pé... pois mereço!
velhos os sonhos, utopias...
neles me olho e envelheço.
natalia nuno
rosafogo

sexta-feira, 28 de julho de 2017

David para rir um pouco...

Conversando:
Portugal dispõe de um sistema de
segurança chamado SIS.
Pensaria que seria para estar atento
a futuros acontecimentos e preveni-los....
Qual não é o meu espanto ao ouvir um
seu representante na Assembleia da República
dizer que só soube dois dias depois e
pela Comunicação Social do desaparecimento
das armas em Tancos.
....................................

Fiquei atónita: estamos bem servidos,
valha-nos Deus.
Irene Alves

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Fornecida pela Procuradoria Geral da República

Lista oficial das 64 das vítimas mortais da tragédia de Pedrógão Grande:
Afonso dos Santos Conceição
Américo Bráz Rodrigues
Ana Isabel Nunes Henriques
Ana Mafalda Pereira da Silva Correia Lacerda
Ana Maria Correia Fernandes Boleo Tomé
Anabela Lourenço Quevedo Esteves
Anabela Maria da Silva Lopes Carvalho
Anabela Pereira Araújo
António Lacerda Lopes da Costa
António Manuel Damásio Nunes
António Vaz Lopes
Armindo Rodrigues Medeiros
Aurora Conceição Abreu
Bianca Antunes Henriques Nunes
Bianca Sousa Machado
Didia Maria dos Santos Lopes Augusto
Diogo Manuel Carvalho Costa
Eduardo Antunes Costa
Eliana Cristina Fernandes Francisco Damásio
Fátima Maria Carvalho
Fausto Dias Lopes da Costa
Felismina Rosa Nunes RamalhoFernando Fonseca Abreu
Fernando Freire dos Santos
Fernando Rui Simões Mendes da Silva
Gonçalo Fernando Correia Conceição
Jaime Mendes Luis
Joana Marques Pinhal
Joaquim Lacerda Lopes da Costa
José Henriques da Silva
José Maria Nunes Graça
Ligia Isabel Libório Sousa
Luciano Maria Joaquim
Lucilia da Conceição Simões
Luis Fernando Benedetti Piazza Mendes Silva
Manuel Abreu Fidalgo
Manuel André de Almeida
Manuel Bernardo
Margarida Marques Pinhal
Maria Arminda Antunes de Bastos Godinho e Abreu
Maria Augusta Henriques Ferreira
Maria Cipriana Farinha Branco Almeida
Maria Cristina da Silva Gonçalves
Maria da Conceição Ribeiro Nunes Graça
Maria Helena Simões Henriques da Silva
Maria Leonor Arnauth Neves
Maria Luisa Araújo Courela Antunes Rosa
Maria Odete dos Santos Anacleto Bernardo
Maria Odete Rosa Rodrigues
Mário Fernando Antunes Carvalho
Martim Miguel Sousa Machado
Miguel Santos Lopes da Costa
Nelson André Damásio Nunes
Paulo Miguel Valente da Silva
Ricardo Carvalho Martins
Rodrigo Miguel Cardita Rosário
Sara Elisa Dinis Costa
Sara Peralta Antunes
Sérgio Filipe Quintas Duarte
Sérgio Teixeira Machado
Sidnel Belchior Vaz do Rosário
Susana Maria Guerreiro Marques Pinhal
Vasco Antunes Rosa
Vitor Manuel da Conceição Passos Rosa
Na segunda-feira, a PGR anunciou que o Ministério Público instaurou um inquérito para investigar as circunstâncias da morte de mais uma vítima, no âmbito de um acidente de viação, além das 64 já assumidas oficialmente, do incêndio de Pedrógão Grande.
Os inquéritos correm termos no Departamento de Investigação e Ação Penal de Leiria. Nestas investigações.
 

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Leia, por favor esta carta. Ainda os fogos de Pedrógão

CARTA

"Estamos tão cansados, mas não podemos estar. Os mortos não se calam e não nos deixam cansar. Gritam por Justiça! Exigem Mudança!

A Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, o grande, brutal e devastador incêndio que lavrou do dia 17 a 24 de Junho de 2017, nos concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra, é um movimento cívico que partiu dos familiares e amigos das vítimas mortais desta tragédia. Uma associação cujo mote é apurar responsabilidades e ajudar a construir um futuro em que tal tragédia e crueldade não volte a acontecer!
Esta é a descrição do que pretendemos ser, com a ajuda de todos e a lembrança de todos aqueles que partiram. Porque hoje somos uma comunidade traumatizada. Uma comunidade sujeita a uma tal brutalidade que não se nos apaga da memória... O cheiro a terra ardida é algo que nos envolve, que nos macilenta e que se entranhou em cada um de nós.
A perda de dezenas de vidas e de forma tão trágica que roça a loucura deixou uma sociedade e todo o seu contexto à volta num luto imposto. A vida acabou ali, naquela estrada para muitas pessoas. Inocentes. E acabou também parte de uma vida para os que ficaram. Os que ficámos, ficámos mais pobres, mais sós, apenas com o alento das memórias, mas com a revolta de toda esta situação. São filhos sem pais. São pais sem filhos... são casas sem gente, é gente sem gente, não é natural!
Olho à volta e as pessoas não se riem, choram sozinhas, acanhadas, não se olham nos olhos, com vergonha pela sua impotência, com medo; o cenário é deprimente e não nos ajuda a superar com dignidade a tragédia. O Inverno não tarda e com ele as ruas despidas de vida. Despidas de ainda mais vida.
Há rancor, ressentimento com o território e com as entidades públicas. O Estado falhou. A Nação não existiu.
Mas não falhou apenas nesta tragédia. O Estado vem falhando ao longo de décadas. O Estado padece de uma cegueira crónica, está enfermo de um tal sentimento de negação de si próprio. Nega o seu estado de país rural, um país orgulhosamente rural e por isso mesmo rico.
Enquanto Estado é um conceito frio, masculinizado, distante, de um ente que impõe tributos e leis aos seus súbditos, um amontoado de entidades supostamente hierarquizadas, com dirigentes supostamente competentes, e que supostamente deveriam cumprir e fazer cumprir um conjunto de leis e regras que se vão aprovando (ou não!) conforme as vontades políticas da estação. Assim se vai governando Portugal. Sem pactos de regime e visão a longo prazo. Vão-se puxando o tapete uns aos outros, não se apercebendo que, por fim, só restam cacos, dor e tristeza para governar.
Nação, por sua vez, é um conceito acolhedor, integrador, feminino, belo, quase maternal, que agrega o seu Povo e o seu Território. É o que dá sentido à reunião das pessoas num determinado território a que chamamos “a nossa terrinha”, “o nosso cantinho a beira-mar plantado”, a proa desta “jangada de pedra”. Portugal.
O Estado falhou nesta tragédia levando consigo o sentimento de pertença de Nação que tínhamos. O Estado não protegeu a sua Nação. Não assegurou o seu Território e com ele o seu Povo...
Fomos vítimas desta ausência insuportável de Estado. Ontem e hoje. Mas não amanhã. Porque já chega de incêndios que ceifam vidas. Incêndios como os de 2003, 2005 e Junho de 2017, e que contabilizam, até a data, 100 vítimas mortais em solo português, não podem voltar a acontecer. É hora de todos dizermos “Basta!”. Este Estado que não quer ver secou uma parte importante da sua Nação, aquela que moveu este país por séculos, o Interior.
A primeira muralha e frente de defesa do País no passado contra as invasões estrangeiras, o celeiro do País em tempo de vacas magras, o emissor de soldados nas guerras ultramarinas, o mercado de mão-de-obra barata em tempos de construção europeia... Quando o Interior e os seus recursos já não eram precisos, substituídos pela oferta de bens e serviços mais baratos, o Povo e o Território do Interior foram abandonados À sua sorte. Emigrem! E assim o fizeram, abandonados à sua sorte.
Não houve solidariedade em tempos de vacas gordas, não houve estratégia para o Território quando os dinheiros dos Fundos Estruturais Europeus chegavam a rodos. Foram anos de esquecimento, de esvaziamento progressivo e consistente das instituições regionais e locais, depois seguiram-se as empresas e, por fim, as pessoas. Sobreviver é preciso.
Foram sucessivas décadas de descaso com o Interior, de negligência com o Território, com a Floresta e a Agricultura. Tendo como consequência a emigração das pessoas em idade ativa, restando uma população envelhecida e empobrecida a exigir cuidados redobrados do pouco Estado que restou e que nos foi esventrado e sobretudo das autarquias locais e misericórdias.
Parecia propositado... o Interior tornou-se terra de ninguém, envergonhado de o ser, abandonado e, assim, por fim, vergado.
Deveríamos dar graças por nos termos tornado a maior região eucaliptizada da Europa... Fomos “agraciados” pela falta de oportunidade! O Território estava a saldos e ninguém quis saber.
O Interior tornou-se um canteiro de ervas daninhas, sem jardineiros — as suas gentes. Um barril de pólvora em que se soma a indústria do fogo institucionalizada e um qualquer ano eleitoral. Os ingredientes ideais para a tempestade perfeita.
A tragédia de 17 a 24 de junho de 2017 estava mais que anunciada. Foi apenas uma questão de tempo... e o tempo não pára! E com ele foram muitas vidas abreviadas. Cedo demais... Cedo demais!
Por ti, meu filho..."
Nádia Piazza, mãe de uma criança de cinco anos que morreu a 17 de Junho de 2017 em Pedrógão Grande


HSC

domingo, 23 de julho de 2017

Salvador Sobral

Soube pelo Expresso deste sábado que afinal em Pedrógão foram 65 mortos e não 64.Uma srª. foi atropelada quando ia a fugir do fogo.Porquê que o Governo não quis considerar
esta srª. na lista dos mortos? Para não pagar indemnização?
Senhores governantes(?) tenham VERGONHA!!!

segunda-feira, 17 de julho de 2017

C T T


Não gostei que os nossos Correios tivessem sido vendido aos chineses.

Não gosto dos chineses por várias razões.Ainda há dias(13/07/2017)  morreu um ex-prémio

 Nobel da Paz , Liu Xiaobo que eles mantiveram preso anos e anos, sem que a própria mulher o

pudesse visitar e fizeram a cremação de imediato.

Mas voltando aos CTT, o correio na zona onde resido é distribuído com muito

atraso, e sem qualquer segurança. Muitas cartão vão parar a outras casas ou

simplesmente não sei o que lhes acontece.

Os carteiros
não têm farda e são uns tareifeiros, por muito pouco tempo.

Estão sempre a mudar.

Ao ver esta foto (de outros tempos que recebi) deu-me uma saudade...

 

domingo, 16 de julho de 2017

sábado, 15 de julho de 2017

Não se esqueçam dele. Por favor! Prometam-me que não se esquecem dele. E se me acontecer qualquer coisa, continuem a lutar por saber o que lhe aconteceu". Esta foi a mensagem enigmática que Filomena Teixeira, a mãe de Rui Pedro, o menino de 11 anos desaparecido em Lousada há mais de 19 anos, numa tarde de 4 de março de 1998, deixou ontem nas redes sociais.
Em jeito de carta de desespero, Filomena Teixeira, que há 19 anos tem sido incansável na procura do filho desaparecido em Lousada, nos arredores do Porto, escreveu uma missiva que intitulou: "Não se esqueçam dele, por favor!" e nela deixou palavras duras… e tristes.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Menina sem braços abandonada pelos pais ao nascer

Veja este vídeo e vai emocionar-se muito, espero,
que foi o que me aconteceu.

https://youtu.be/UOS4WAFQNJU

sábado, 8 de julho de 2017

Quimoterapia pode alastrar o cancro e fazê-lo ressurgir mais agressivo

Um novo estudo sugere que a quimioterapia pode alastrar o cancro e fazê-lo despertar tumores mais agressivos.
Investigadores nos Estados Unidos estudaram o impacto das drogas associadas à quimioterapia em pacientes com cancro da mama e descobriram que a medicação aumenta as hipóteses das células cancerígenas se deslocarem para outras partes do corpo, onde são mais letais, avança o Telegraph.
Muitos dos pacientes diagnosticados com cancro da mama fazem quimioterapia antes da cirurgia, mas o novo estudo sugere que, apesar de a curto prazo o tratamento diminuir os tumores, pode desencadear a propagação das células cancerígenas pelo corpo.
George Karagiannis, da Universidade de Medicina Albert Einstein, em Nova Iorque, descobriu que o número de reincidências cancerígenas aumentou em 20 pacientes que receberam dois fármacos de quimioterapia comuns.
O médico também descobriu que, em cobaias, a quimioterapia como tratamento para o cancro da mama aumentou o número de células cancerígenas a circular pelo corpo e especialmente nos pulmões.
Karagiannis disse que a solução poderia passar pela monitorização das mulheres de forma a perceber se quando faziam quimioterapia o cancro começava a circular. “Uma das abordagens poderia ser retirar uma pequena quantidade do tumor depois de algumas doses de quimioterapia antes da operação”, disse o investigador.
“Se observarmos que os marcadores estão a aumentar, repensaríamos em deixar de recomendar quimioterapia e passar a fazer a operação em primeiro lugar, seguida de quimio pós-operação. Neste estudo só investigamos disseminação de células cancerígenas induzidas por quimioterapia no cancro da cama. Agora vamos trabalhar noutros tipos de cancro e ver se o efeito é similar“, concluiu.

ZAP // (fonte)

                                     
   Lendo isto fico muito preocupada como é evidente. Se há dúvidas como é que qualquer
   doente que tenha o azar de lhe surgir um problema deste tipo, sabe como agir?
 
   O mesmo se passa em relação a fazer a mamografia/ecografia mamária, em que há
   critérios diferentes  de médico para médico, em relação ao período que deve mediar
   entre exames. No meu caso, que já tive um problema no peito direito, que foi tratado
   através de secagem e depois de 5 anos de acompanhamento na Maternidade Alfredo
   da Costa, tive alta com a indicação para o meu médico de família que deveria fazer
   o exame anualmente. O últino que fiz foi em 2015, porque entretanto o meu médico
   de família reformou-se e a médica que o veio substituir não  passa a credencial
   porque diz ser contra fazer este tipo de exame com regularidade, e também por eu
   já ter 70 anos de idade não ser necessário.Tenho andado enervada e preocupada
   com esta decisão da médica, mas ela é soberana. Só me resta ir fazer em particular.
   Mas tenho dúvidas se ela estará certa ou errada?!!!
   Irene Alves
        
 

sábado, 1 de julho de 2017

Salvador Sobral

Alguém que começa e acaba o dia com uma máquina ligada ao coração. Com data marcada para uma operação que decidirá a vida inteira e onde, mesmo que tudo corra bem, não deixará de prevalecer a incerteza de tudo o que virá depois. Presumo que lhe reste uma de duas atitudes: ou se entrega à depressão ou brinca com tudo isto.

O Salvador parece ter escolhido a segunda opção. Estranha ironia que o reconhecimento do público, a celebridade e a fama sejam o destino desejado de quase todos os artistas, ou de todos nós. E ei-lo chegado tão jovem a esse lugar raras vezes atingido com a lucidez implacável que não deixa de assinalar o metrónomo que lhe auxilia o bater do coração.

Que estranho e mágico lugar deve ser a vida do Salvador Sobral. Que estranho lugar será esse, onde os dias mais felizes da tua vida podem ser também os piores dias da tua vida. Antes de brincar com a sua frágil humanidade cantava as palavras da Joni Mitchell, que estás no meu sangue como vinho sagrado, tão amargo, tão doce.

Hão-de existir sempre aqueles que estão prontos a ceifar os artistas num momento de vulnerabilidade. Não percebem que os artistas são aqueles que oferecem sempre o que têm de mais frágil, aquilo que todos os outros, todos nós, escondemos do mundo. Venham de lá as hordas indignadas, venham de lá com os vossos escândalos. São a espuma de coisa nenhuma.

O mar é lá longe.