terça-feira, 23 de agosto de 2016

Sem remédio
Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor...
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!

Florbela Espanca

5 comentários:

chica disse...

Gosto de tua escolha e poesia! bjs, chica

Cidália Ferreira disse...

Fantástico texto!

Beijo e um dia feliz

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Elvira Carvalho disse...

Florbela, sempre sofrida.
Um abraço

Pedro Coimbra disse...

A poetisa que melhor escreveu a dor.
Um abraço

★MaRiBeL★ disse...

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