Ex-mayor de Londres fica com os Negócios Estrangeiros, mas sem a pasta do brexit, entregue a David Davis. Osborne sai
Depois de seis anos a entrar no número 10 de Downing Street como ministra do Interior, Theresa May entrou ontem pela primeira vez como primeira-ministra, prometendo liderar um governo "que trabalha não só para uns quantos privilegiados, mas para todos nós". Falando "num importante momento da nossa história" com a decisão de sair da União Europeia, a sucessora de David Cameron admitiu que tem pela frente "um momento de grande mudança nacional", mas mostrou-se confiante de que o país "será capaz de enfrentar o desafio".
May tinha entrado há pouco menos de meia hora e já começavam a ser chamados, um a um, os seus principais ministros. O primeiro a chegar foi Philipp Hamond, que passa da chefia da diplomacia para as Finanças, confirmando-se a demissão de George Osborne. Para os Negócios Estrangeiros, a surpresa da noite: o ex-mayor de Londres Boris Johnson, um dos principais rostos do brexit que era apontado para um cargo de menor relevo (Cultura e Desporto). Mas a pasta perde alguma força, já que precisamente o brexit e as negociações com Bruxelas ficarão nas mãos de David Davis, ex-secretário de Estado para a Europa de John Major.
"Quando deixarmos a União Europeia vamos forjar um novo papel ousado e positivo para nós no mundo e vamos fazer do Reino Unido um país que trabalha não só para uns quantos privilegiados, mas para todos nós", disse May. "Essa vai ser a missão do governo que lidero e, juntos, vamos construir um melhor Reino Unido", acrescentou, entrando depois no número 10 com o marido, Philip John May, que trabalha para um fundo de investimento.
No início do discurso, a nova chefe do governo tinha elogiado o antecessor, que apelidou de "grande e moderno" primeiro-ministro. "Sob a liderança do David, o governo estabilizou a economia, reduziu o défice orçamental e ajudou mais pessoas a arranjar emprego do que antes. Mas o verdadeiro legado do David não é sobre a economia, mas sobre a justiça social", indicou, citando, por exemplo, o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
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