segunda-feira, 27 de julho de 2015

Dou tudo e a alma - Carlos Lobato

Se houver uma chave e um cadeado,
libertem-me deste estado de graça.
Estou preso na indecisão,...
estou abismado com a loucura do amor.
Para que lado me viro?! Não sei!
Será que cairei com estrondo?
Tenho medo da previsibilidade!
Tenho medo destes sonhos violentos,
onde a minha alma é assaltada pelo mel.
Doçura e intenção é raiar de Sol,
que de sempre se torna breve, imberbe.
Não quero conquistas nem desistência.
Quero paz, quero um prolongamento da alma.
Amo tanto! Nunca existo sem amar alguém!
Dou a alma e a calma e a vida e a morte!
Dou tudo e, nunca recebo nada!
Só o afluxo do sangue me respeita.
Só a cadência da vida me torna decadente.
São todas as escolhas que me doem,
apesar de vacinado já sem doença real.
Mas porquê eu?
Porquê modificar-me?
Já não tenho tempo para isto!
Falta-me a paciência necessária.
Amo e gosto e, gosto e amo,
até á próxima indulgência.
Todos os rumos têm regresso.
Inquieto, estou sempre,
mas lentamente e por mim mesmo,
quero beijar o livro da vida.
Quero ser o inventor do real,
o profeta da permanência credível,
mas acima disso, o Rei da minha saudade.
E amo-te, e por isso,
te dou tudo, até a alma.

 

3 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Adorei o texto!

Obrigada pelo seu carinho..

Beijinhos e uma excelente semana

Elvira Carvalho disse...


Muito bonito.
Um abraço e uma boa semana

Unknown disse...

Quando amamos tudo damos
Nada tememos nem reservamos
Um bom momento nesta madrugada.