quinta-feira, 9 de setembro de 2021

C o n v e r s a n d o


José Custódio Cabrita Júnior, já morreu há imensos

anos, mas eu não o esqueci.


Ele foi o meu segundo pai. Devo-lhe muito e a

saudade permanece.


Nasci de pais pobres, trabalhadores na indústria corticeira

e com ordenados muito baixos, em 1946, quando nasci.


Aos 9 anos de idade, 1955, José Cabrita achou que eu

era inteligente e propôs aos meus pais que eu fosse

trabalhar(ainda não se falava no trabalho infantil) para

o escritório da sua empresa(uma corticeira que tinha

mais de 100 trabalhadores, entre eles os meus pais).


E isso sucedeu. Quando lá chego havia 3 empregados

no escritório que tiveram muita paciência comigo e eu

ia aprendendo.Mas é a José Cabrita que eu devo tudo,

ter feito de mim uma pessoa com alguma cultura .e muita

experiência em todas as atividades dentro de um escritório,

onde havia muito a fazer, como por exemplo:caixa,

(nessa altura havia os agentes bancários que serviam para

receber as letras) e passaram pelas minhas mãos muitas e

muitas centenas de escudos.Contabilidade e os serviços

de exportação, pois muita da cortiça ia para o estrangeiro,

transformada em rolhas ou bóias.Tinha que se falar com

os agentes de navegação, marcar os barcos que levariam

os carregamentos e tratar de toda a papelada.Sim,com

o passar dos anos eu fui aprendendo a fazer tudo isso.E saí

de lá para ir trabalhar para Lisboa, pois ia casar e ficar

a viver em Moscavide.Tinha talvez 20 anos.


Além disso, o Srº. José Cabrita e a esposa D.Georgina

não tinham filhos e muita vez fui almoçar com eles a

sua casa.Também me levavam com eles à praia de

Sesimbra onde iam muita vez, às festas da Moita do

Ribatejo e eu convivia com as suas sobrinhas a Luisa

e a Marta como se fosse da família.


Tive pois, uma grande sorte, aprendi muito e tive outras

condições que a m/irmã não teve, mas sempre fiz por

merecer através do m/trabalho e amizade aquilo que

por mim fizeram.


É por tudo isso que eu sempre considerei José Cabrita

um 2º. Pai e é assim que ainda hoje penso nele.


Irene Alves


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