terça-feira, 28 de abril de 2015

O que dizem os girassóis sobre a morte de Micheline Verunschk

Eles vestiram
suas roupas sujas
e saíram de casa.
E suas mãos
se desmanchando
em linhas de sangue
borraram a lã dos cordeiros
e as amendoeiras.
Nossas tias lamentavam a lua,
o tapete que teciam,
a voz de esmeralda
da menina caída no poço.
Eles não sabiam,
mas estávamos lá.
Bebemos em silêncio
o sêmen ainda quente do morto.

 
 
(Extraído, com a devida autorização do blogue):
 

3 comentários:

Anjinha Sexy disse...

Que bonito!

beijinhos

Cidália Ferreira disse...

Poema Maravilhoso!
Adorei

Beijinhos

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Graça Pires disse...

Fantástico, o poema.
Beijos.