segunda-feira, 4 de abril de 2016

Fonte:Sapo 24

Um grupo de criminosos encapuzados roubou três toneladas de lingotes de ouro, no valor de cerca de 40 milhões de dólares, de um armazém Brink's-Mat no aeroporto de Heathrow, em novembro de 1983.
A maior parte do saque foi derretido e nunca recuperado, apesar de algumas condenações relacionadas com o crime.
Detetives da polícia britânica acreditam que o dinheiro continua a circular em redes criminosas, através de investimentos imobiliários e fundos de investimento no exterior.
A firma de advogados Mossack Fonseca, no centro de uma fuga 'online' em massa dos "Papéis do Panamá", pode ter ajudado a esconder o dinheiro dos investigadores policiais britânicos, de acordo com o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, sigla em inglês).
Seis meses depois do roubo, a Mossack Fonseca criou uma empresa ficíticia, registada no Panamá sob o nome Feberion Inc., para Gordon Parry, estabelecido em Londres e conhecido por operações de lavagem de dinheiro, indicou ICIJ.
Parry foi detido em 1992 pelo papel no processamento dos lingotes roubados.
Um dos fundadores da firma, Juergen Mossack, foi nomeado diretor não-executivo da Feberion, afirmou o ICIJ, citando uma informação interna da empresa.
Escrita pela Mossack em 1986, a informação indica que Juergen sabia que a Feberion estava "aparemente envolvida na gestão de dinheiro proveniente do famoso roubo do Brink's-Mat em Londres", de acordo com o ICIJ.
"A companhia em si não foi usada ilegalmente, mas a empresa pode ter investido através de contas bancárias e imobiliário ilegalmente financiado", acrescenta o documento.
A firma de advogados negou a acusação e o ICIJ adiantou que a empresa afirmou que Juergen Mossack não tinha negócios com Parry.
No entanto, os documentos agora divulgados mostram que a Mossack Fonseca só terminou a sua relação com a Feberion em 1995. Uma investigação realizada por uma centena de jornais em todo o mundo sobre 11,5 milhões de documentos revelou bens em paraísos fiscais de 140 responsáveis políticos ou personalidades públicas.
O conjunto de documentos, denominados "Papéis do Panamá", provém da empresa de advogados panamiana Mossack Fonseca.
Segundo o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que reuniu para este trabalho 370 jornalistas de mais de 70 países, mais de 214.000 entidades 'offshore' estão envolvidas em operações financeiras em mais de 200 países e territórios em todo o mundo.
 

1 comentário:

Pedro Coimbra disse...

Chamo-lhe hoje a Caixa de Pandora.
Boa semana