Podia falar de amor...
Podia falar de amor...mas dos meus dedos apenas escorre um imenso vazio...um grito tecido de ausências e entrelaçado com o tempo...um momento que é toda uma eternidade...tão breve...tão fugaz...na ilusão que se fez solidão...na ternura que se fez dôr...nas palavras que se fizeram silêncio.
Podia falar de mil feridas que me tatuaram a alma...de mil desertos que me anoiteceram o olhar ou de uma lágrima que escorre docemente do meu corpo anoitecido pelo t...empo que passou sem ser.
Podia falar do mar que recolheu os meus destroços...da profunda noite rasgando as folhas em branco da vida e deste cantar dolente que se chama solidão...da dor dos poetas...das rosas vermelhas pousadas nas lápides de todas as palavras.
Podia falar da ausência no fundo dos dias onde a noite acorda e o sol adormece...a alma e o chão onde me esqueço...o infinito onde me deito na noite de todas as noites como se fosse o estertor final de todos os corpos que se fizeram sombra de todos os instantes.
Das palavras nada restou...nem poemas...nem rimas...apenas ficaram as rosas secas vestidas de penumbra...os dias e as noites gritando o silêncio da carne...o vazio de mil vidas percorrendo os labirintos da alma...livro onde me escrevi num poema perdido na eternidade das palavras que caiem do meu olhar.
Para além da luz...tudo é treva...tudo é cansaço...tudo é nada...os meus braços estão inertes e os gestos não têm sentido...o meu rosto está marcado por silêncios...vestido de sombras e iluminado de bruma...pisado pelo entardecer da vida e esquecido num poema de amor por escrever.
Podia falar das minhas mãos onde repousam todos os silêncios...todos os instantes...todas as madrugadas sem mim...todos os perfumes de Primavera vestidos de Outono e arrastados pelo vento para os confins da terra...para o deserto de todas as presenças.
Podia falar da tristeza que cobre o meu rosto...das pétalas que murcharam no meu corpo morto antes da morte...despido de amor e vestido de desengano...vagando entre a eternidade e o inferno e mergulhado no abismo da terra fria onde jaz tudo o que fui.
Escrevo os últimos restos...o sonho final...os últimos versos...o pano vai descer...o futuro terminou...a peça chama-se angústia...podia chamar-lhe vida...mas chamo-lhe morte.
Podia falar de amor...mas dos meus dedos apenas escorre um imenso vazio...um grito tecido de ausências e entrelaçado com o tempo...um momento que é toda uma eternidade...tão breve...tão fugaz...na ilusão que se fez solidão...na ternura que se fez dôr...nas palavras que se fizeram silêncio.
Podia falar de mil feridas que me tatuaram a alma...de mil desertos que me anoiteceram o olhar ou de uma lágrima que escorre docemente do meu corpo anoitecido pelo t...empo que passou sem ser.
Podia falar do mar que recolheu os meus destroços...da profunda noite rasgando as folhas em branco da vida e deste cantar dolente que se chama solidão...da dor dos poetas...das rosas vermelhas pousadas nas lápides de todas as palavras.
Podia falar da ausência no fundo dos dias onde a noite acorda e o sol adormece...a alma e o chão onde me esqueço...o infinito onde me deito na noite de todas as noites como se fosse o estertor final de todos os corpos que se fizeram sombra de todos os instantes.
Das palavras nada restou...nem poemas...nem rimas...apenas ficaram as rosas secas vestidas de penumbra...os dias e as noites gritando o silêncio da carne...o vazio de mil vidas percorrendo os labirintos da alma...livro onde me escrevi num poema perdido na eternidade das palavras que caiem do meu olhar.
Para além da luz...tudo é treva...tudo é cansaço...tudo é nada...os meus braços estão inertes e os gestos não têm sentido...o meu rosto está marcado por silêncios...vestido de sombras e iluminado de bruma...pisado pelo entardecer da vida e esquecido num poema de amor por escrever.
Podia falar das minhas mãos onde repousam todos os silêncios...todos os instantes...todas as madrugadas sem mim...todos os perfumes de Primavera vestidos de Outono e arrastados pelo vento para os confins da terra...para o deserto de todas as presenças.
Podia falar da tristeza que cobre o meu rosto...das pétalas que murcharam no meu corpo morto antes da morte...despido de amor e vestido de desengano...vagando entre a eternidade e o inferno e mergulhado no abismo da terra fria onde jaz tudo o que fui.
Escrevo os últimos restos...o sonho final...os últimos versos...o pano vai descer...o futuro terminou...a peça chama-se angústia...podia chamar-lhe vida...mas chamo-lhe morte.
Escrito por: Rosa Maria
5 comentários:
Poesia maravilhosa da Rosa Maria, Irene beijos.
A força da poesia da Rosa é uma marca perfeita de suas inspirações.
Ela emprega muito bem as palavras que exorcizam a paixão, o amor que não se corresponde, a dor como uma cama na qual se tem de deitar para viver um grande amor.
Uma bela postagem como homenagem a esta grande escritora da poesia do amor em toda sua extensão
Grato Irene.
Abraços.
Bju
Um texto muito forte mas muito bonito! Parabéns à Rosa Maria.
Tenha um dia feliz...Beijinho
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Oi, Irene!
Rosamaria escreve com o coração e é tocante a forma como ela descreve os sentimentos. Tenho entre os meus favoritos - já que não dá para favoritar todos - um texto que irei publicar um dia... O que é bom precisa ser repercutido! :)
Feliz Fevereiro!!
Beijus,
Irene. Lindo já tinha lido essa lindo poema da rosa Maria para mim rosamar.
Beijos
Santa Cruz
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